O novo coronavírus já matou mais de 600 mil pessoas. Enquanto isso, o número de contaminados chega a 18 milhões. Por outro lado, quase 11 milhões se recuperaram da doença. O problema é que comunidades científicas têm reconhecido a existência de sequelas nos pacientes curados. Neste artigo, reunimos todas as informações sobre as sequelas da Covid-19 – sintomas que surgem após a cura.
A atenção sobre as sequelas da Covid-19 começaram após pacientes declarados curados apresentarem quadros crônicos de cansaço, problemas cardíacos, renais, pulmonares, sanguíneos e até confusão mental. No Brasil, o governador de Minas Gerais Mauro Mendes (DEM) é um exemplo. Após ter sido declarado curado em 12 de julho, em 1º de agosto teve de ser internado no Hospital Sírio Libanês com quadro de infecção pulmonar.
Outro exemplo de sequelas da Covid-19 é o presidente da República Jair Bolsonaro. Cinco dias depois de anunciar que estava curado do coronavírus disse ter sentido fraquezas e que passou a tomar antibióticos para combater uma infecção no pulmão.
Médicos reconhecem sequelas
Carlos Augusto Carretoni, que está na linha de frente contra o vírus, afirmou que a comunidade médica reconhece as sequelas da Covid-19.
“Já se sabe que a doença faz um comprometimento infeccioso, inflamatório e imuno-hematológico. A covid exacerba áreas do corpo que já apresentavam certo problema, ou seja, pode dar trombose cerebral, embolia pulmonar e etc. Nas áreas onde a covid atingiu o pulmão, até se restabelecer e desinflamar, demora”, disse ao site PBN Online.
Quais são as sequelas pós-covid?
Mesmo que o paciente seja declarado livre da doença, o que se tem observado é que o coronavírus pode provocar sequelas e outros problemas de saúde, como por exemplo:
Problemas cardíacos
Estudos feitos com pacientes na Alemanha mostraram que, dos 100 que tiveram coronavírus, 78% apresentaram algum tipo de anomalia no coração mais de dois meses depois de se recuperarem da covid-19.
Nesses estudos, os pacientes analisados eram considerados saudáveis e com idade média de 49 anos. Além disso, a maioria dos problemas cardíacos aconteceram de forma silenciosa, para a preocupação dos cientistas.
Problemas respiratórios
Outra pesquisa divulgada pela revista Jama monitorou 143 pacientes recuperados do coronavírus, na Itália. Dois meses depois da doença, apenas 12,6% dos pacientes disseram estar completamente recuperados, sem nenhum sintoma.
Enquanto os 87,4% relataram de pelo menos um problema: fadiga (53,1%), falta de ar (43,4%), dor nas juntas (27,3%) e dor no peito (21.7%). Para 44,1%, houve uma piora na qualidade de vida.
Outras sequelas da Covid
Há ainda inúmeros relatos de pessoas que desenvolveram diferentes sintomas após contrair a doença, como problemas pulmonares e perda de paladar e olfato. Além disso, alguns cientistas investigam o efeito do novo coronavírus no cérebro, como inflamação.
Outros sintomas comuns são dor, falta de clareza mental e problemas de memória e sono. Ou seja, pessoas que eram saudáveis e tinham uma vida ativa, estão tendo dificuldades de retornarem às atividades cotidianas.
Como evitar as sequelas da Covid?
Ainda não existem formas de evitar as sequelas da Covid. Por ora, autoridades sanitárias orientam a população a tomar as medidas de prevenção, como o uso de máscara, higienizar as mãos frequentemente e evitar o contato físico com outras pessoas.
Em contrapartida, algumas pesquisas relacionam a falta de vitamina D com a piora dos sintomas do coronavírus. Um estudo recente publicado em Israel inclusive recomendou a ingestão de suplementos de vitamina D para a população.
“O problema agora é que as pessoas ficam dentro de casa ou em carros o dia todo, não vão à praia, não têm exposição ao sol”, disse uma das pesquisadoras deste estudo.
De acordo com o estudo, as pessoas com 50 anos ou mais têm duas vezes mais chances de se hospitalizar com Covid-19 se tiverem baixos níveis de vitamina D. Já as de 25 a 49 anos com baixos níveis da vitamina no sangue têm 1,45 vezes mais chances de ter os sintomas do coronavírus agravados.
Apesar da falta de vitamina D ter relação com a piora dos sintomas, não há comprovação científica de que a vitamina do sol impeça o contágio. O hormônio, por sua vez, aumenta a capacidade do organismo de combatê-la quando infectado, acredita Frenkel-Morgenstern.